No primeiro artigo, falamos sobre a importância da análise da COF e do contrato de franquia com auxílio de um advogado especializado. Agora, vamos avançar para a parte prática: como o investidor pode se preparar e quais passos seguir para tomar uma decisão consciente.
Esse guia funciona como um checklist que ajuda a transformar a empolgação em estratégia, afinal, ao investir em franquias, cada detalhe pode fazer diferença no retorno do investimento.
1. Converse com franqueados e ex-franqueados
Um dos pontos mais valiosos da COF é a lista de contatos de franqueados atuais e dos que deixaram a rede nos últimos dois anos.
Antes de decidir, ligue, marque conversas e pergunte:
Como é o suporte da franqueadora no dia a dia?
O treinamento inicial foi suficiente?
Existem conflitos recorrentes?
Se você pudesse começar hoje, entraria novamente na rede?
As respostas costumam trazer um retrato real, muito além do discurso comercial.
2. Analise o suporte prometido
Treinamentos, manuais, consultoria de campo, campanhas de marketing. Tudo isso deve estar descrito de forma clara na COF e detalhado no contrato.
Não se contente apenas com o que está no papel: investigue se a rede realmente cumpre o que promete. Uma boa franqueadora investe em suporte contínuo, pois entende que o sucesso da rede depende da performance de cada unidade.
3. Avalie o impacto das taxas na rentabilidade
Royalty, taxa de franquia, fundo de propaganda, taxa de tecnologia… Cada cobrança precisa ser entendida dentro do fluxo de caixa do negócio.
Um advogado pode calcular com você o peso dessas taxas em cenários conservadores e otimistas, ajudando a verificar se a rentabilidade é real ou apenas projeção.
4. Pesquise o histórico da franqueadora
Quem são os sócios? Qual a saúde financeira da empresa? Existem processos judiciais em andamento?
Essas informações estão na COF, mas a análise jurídica vai além: verifica se os litígios têm potencial de afetar a rede e se a estrutura da franqueadora é sólida o suficiente para sustentar sua expansão.
5. Entenda as cláusulas de saída e renovação
Uma das maiores armadilhas em contratos de franquia está na hora de sair da rede ou renovar o contrato.
Cláusulas de rescisão podem impor multas elevadas, dificultar a venda da unidade ou restringir sua atuação futura no setor.
Por isso, antes de entrar, já saiba como poderá sair.
6. Compare diferentes marcas
Muitos investidores olham apenas para a marca do coração ou aquela em evidência no mercado. Mas uma análise comparativa entre duas ou três franquias pode revelar diferenças enormes em termos de taxas, suporte, território e histórico de relacionamento com a rede.
7. Conte com um advogado desde o início
Esse ponto não é repetição, é reforço. Ter um advogado especializado desde a fase de análise evita decisões precipitadas e dá mais força na negociação de condições com a franqueadora.
Lembre-se: o contrato é de adesão, mas isso não significa que você deve assinar sem entender. Saber exatamente onde está se comprometendo é o que separa o investidor bem-sucedido do que enfrenta dores de cabeça.
Franquias são negócios, não promessas
É comum que novos investidores se encantem com a ideia de “faturar alto em pouco tempo”, mas franquias exigem gestão, dedicação e acompanhamento. O segredo está em avaliar com frieza os números, o histórico da rede e a clareza das obrigações.
Ter a visão crítica de um advogado permite que o investidor enxergue os riscos e oportunidades com mais clareza, transformando a decisão em uma estratégia bem fundamentada.
Conclusão: invista com segurança
Investir em franquias pode ser a porta de entrada para um negócio sólido e lucrativo, mas só quando o processo de análise é feito com responsabilidade.
Ao seguir esses passos e contar com apoio jurídico, o investidor minimiza riscos e aumenta suas chances de sucesso, garantindo que o sonho de empreender não se transforme em frustração.
